sábado, 13 de outubro de 2012

Interdisciplinaridade e disciplinas escolares

  Assim como no sistema de produção, a educação é organizada de forma fragmentada e desarticulada.Cada professor é um especialista numa parte do currículo.Isto reflete a própria cisão histórica das atividades humanas e do modelo de sociedade ao qual fazemos parte.
  Desta forma a interdisciplinaridade pode ser uma alternativa de integrar e organizar o currículo.Não falamos em dispensar as disciplinas ou de recriá-las. Nem tão pouco de se  ter a pretensão de criar novos saberes,mas de utilizar os conhecimentos das várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. A interdisciplinaridade traz uma possibilidade de quebrar com o conhecimento parcelado,compartimentalizado em que se encontram as disciplinas,proporcionando um trabalho integrado de interpretação do mundo. 
  Para proporcionar uma nova organização escolar e principalmente na educação integral, é necessário garantir espaço para um planejamento em equipe, fortalecendo e ampliando as possibilidades de trabalho em busca de uma formação integral do sujeito. 


  

sábado, 4 de agosto de 2012

sábado, 28 de julho de 2012

Currículo como política cultural


“Historicamente, a escola tem sido um locus privilegiado de criação e reafirmação de algumas identidades, em especial daquelas ligadas ao âmbito do nacionalismo, para o qual são sempre apresentadas narrativas integradas a projetos políticos, devidamente equipadas de símbolos, apontando perspectivas de futuro a partir do estabelecimento de um passado fabricado/escolhido, marcando posições de sujeito a serem  preenchidas pelos alunos e alunas” (SILVEIRA, 2000, p. 283).


É o currículo o espaço onde ocorrem disputas culturais. Estas travam lutas entre diferentes significados dos sujeitos,da sociedade e do mundo,no processo de formação de identidades.


Detalhe da capa de Santa Catarina: interagindo com a História. L. Sourient, R. Rudek e R. Camargo (2006). Ilustrações de P. Borges e Branbilla. A imagem demonstra a iniciativa dos autores em representar a diversidade étnica, de gênero no estado de Santa Catarina e, ainda, de introduzir a criança como personagem da história local, seguindo a a legislação federal que fundamenta os editais do Programa Nacional do Livro Didático.


Podemos observar nos livros didáticos a forma com que as  identidades de classe ,de gênero e etnia são apresentadas.


Currículo - Cultura - Diferentes Identidades - Grupos Sociais -

Relações de Poder = Produção/Preservação das Diferenças.





quinta-feira, 26 de julho de 2012

Conhecimento escolar e Educação Integral


Quando pensamos em currículo escolar surgem ideias como:
-conteúdos a serem ensinados e aprendidos;
-processos de avaliação;
-procedimentos/metodologia;
-objetivos a serem alcançados;
-planejamento;
-experiências de aprendizagem.
Podemos dizer que para o professor em primeira instância,o currículo é o conhecimento escolar e para os alunos é vivência.
Somos sujeitos históricos e sociais,portanto precisamos garantir através da escola a apropriação dos conhecimentos historicamente produzidos.Sabemos que o conhecimento não é neutro,por isso precisamos definir o que é relevante e qual caminho percorrer.Se queremos formar sujeitos autônomos,críticos e criativos,capazes de compreender o momento histórico em que estamos situados;sujeitos capazes de atuar em seu cotidiano e de participar de forma ativa na transformação social do ambiente em que vivem,precisaremos então, trabalhar com conteúdos e atividades que contribuam para desenvolver níveis mais elevados de pensamento.Pois é preciso criticar e transcender suas experiências refletindo sobre o ambiente mais próximo e sobre a sociedade em geral, saindo do conformismo que vem sendo aplicado através do currículo oculto.
Para tanto, é necessário discutir os fins da Educação Integral,juízo de valor,comprometimento social e considerar o interesse e a participação dos sujeitos que fazem parte desse processo.

Referência bibliográfica:
MOREIRA,A.F.B.& KRAMER,S.Contemporaneidade,educação e tecnologia. Educação e Sociedade,v.28,n100,p.1037-1057,2007
MOREIRA.A.F; CANDAU,V. M. Indagações sobre currículo:currículo,conhecimento e cultura.Brasília:Ministério da Educação,Secretaria da Educação Básica,2007

domingo, 22 de julho de 2012

A seleção cultural dos conteúdos/Educação Integral


 
 O que ensinamos na escola?
Que cultura pretendemos servir,ou melhor conhecer,difundir,analisar,levar em conta?
Não podemos esquecer que a escola tem papel social,cultural e político muito fortes na formação da sociedade.Sabemos que uma das finalidades que a escola pretende desenvolver é a de preparar os alunos para serem cidadãos ativos e críticos,democráticos e solidários para atuar numa sociedade que seja igualmente democrática e solidária.
Mas como preparar alunos inteligentes,reflexivos e atuantes com o modelo de cultura  currícular que temos?
Na educação integral este desafio é ainda maior.Temos o aluno em tempo integral na escola,mas o conteúdo que desenvolvemos, consegue proporcionar esta integralidade?
Segundo Santomé,1998:"...um projeto curricular emancipador destinado aos membros de uma sociedade democrática e progressista,além de especificar os princípios de procedimento que permitem compreender a natureza construtiva do conhecimento e sugerir processos de ensino e aprendizagem em consonância com os mesmos,também deve necessariamente propor metas educacionais e blocos de conteúdos culturais que possam contribuir da melhor maneira possível com uma socialização crítica dos indivíduos."
Aqui o corpo docente tem papel decisivo buscando uma reconstrução reflexiva e crítica da realidade.
Não podemos deixar de dar a devida consideração as perspectivas das classes sociais,gênero,sexualidade etnia e diversidade cultural destes indivíduos ao qual trabalhamos.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Análise Curricular do Filme: Escritores da Liberdade



Assistindo ao filme "Escritores da Liberdade" reportei-me à leitura do texto de Candau e Moreira. Cito como entendimento de currículo "...experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que contribuem para a construção das identidades de nossos estudantes."(p.18).
 Neste texto é colocado a importância de o conhecimento escolar ser relevante, significativo e chama a atenção para a sublime ação do currículo oculto formando relações, regras e práticas na educação. Isto é expresso no filme, quando segrega um grupo definindo julgamentos e práticas do sistema educacional.
 O filme mostrou questões exploradas também no texto de Sacristan, como: Pluralismo social, cultura compartilhada, mudanças sociais, subjetividade, experiência e saber.
  "A cultura oficial dos currículos e o tempo ocupado pela atividade educativa tem que interromper o sentido acadêmico dominante da cultura curricularizada para proporcionar um espaço para o desfrutamento dessa cultura lúdica." (p.56)
  O filme lembrou-me a fala irônica de uma visitante à escola onde trabalho, quando a diretora expunha de forma entusiasta o trabalho desenvolvido por nós com relação a Educação Integral: "Pessoas desse tipo devem ser exoneradas, são um mal exemplo."


  Referência bibliográfica:

  GIMENO SACRISTAN, J. Escolarização e cultura: a dupla determinação. IN: Silva, L.E.da; Azevedo, J. C.; Santos, E. S. dos. (Orgs). Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto alegre: Sulina, 1996.

  MOREIRA, A.F; CANDAU, V.M. Indagações sobre currículo: currículo,conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.

domingo, 17 de junho de 2012

Currículo: Encantos e Desencantos


 
  Na aula do dia 01/06,realizamos a apresentação de slides sobre as teorias curriculares.São elas divididas em:tradicional,crítica e pós-crítica.
  Com a discussão pude compreender que o currículo enquanto construção social é determinado pala luta de classes.Os movimentos culturais e sociais acabam por questionar os princípios vigentes em cada época,buscando renovação,crítica,poder,dominação.Diante disso,enquanto agentes de currículo acabamos sendo conduzidos pelas forças de controle.

Proposta Curricular de Santa Catarina/Interface com Educação Integral

  Proposta curricular de Santa Catarina bem fundamentada, bem elaborada, prevê a educação integral, difícil porém, colocá-la em prática.

  A proposta curricular de Santa Catarina tem expresso como princípio de formação: o conceito de mundo, de homem, sociedade, educação, escola, currículo, ensino e aprendizagem.
  Esta proposta teve como motivação histórica os movimentos políticos, a leitura de base marxista e o contexto local.
  A proposta prevê a implementação do programa "Escola Pública Integrada", tendo como objetivo a ampliação das oportunidades.

domingo, 27 de maio de 2012

POLÍTICA CURRICULAR/AGENTES CURRICULARES


Abordando currículo como construção social e política cultural, nos colocamos em reflexão sobre algumas questões:

- Quem define o currículo?
Seria ingênuo pensar que o currículo nasça simplesmente da escola (professores,alunos).É claro que devemos ser necessariamente sujeitos da produção,elaboração, seleção e execução do currículo.Somos agentes importantíssimos, porém é preciso levar em conta a força que o Estado e os grandes organismos internacionais tem em sua formulação.
-Qual é a intencionalidade?
Entendendo o currículo como um instrumento político de poder,podemos afirmar que ele não é neutro.A conotação de neutralidade que nos foi passada é falsa.Fomos formados nesta ideia de neutralidade.
Para Ball (2006, p.26)”...políticas colocam problemas para seus sujeitos,problemas que precisam ser resolvidos no contexto(...),respostas que precisam,na verdade,ser criativas.(...)As políticas normalmente não nos dizem o que fazer,elas criam circunstâncias...Tudo isso envolve algum tipo de ação social...”
-O que ele faz conosco?
O currículo constrói sociedades, portanto somos resultado dele.Isto é muito sério e nos faz questionar enquanto agentes sobre o que estamos fazendo para manter ou modificar o que está posto.
Muitas reformas curriculares vêm sendo realizadas ao longo do tempo e é preciso concordar com Aplle, como comentado pelo professor Juares em sala, quando sugere que “na modernidade se faz muitas reformas de currículo, todas elas para ficar como está.”
-Mas o que fazer?
Para responder esta questão usarei um comentário realizado pelo professor Juares, na aula de 11/05: "Olhar o passado,discutir o presente e definir o futuro.”

Referência:
BALL,  Stephen J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico social em educação. In: Currículo sem Fronteiras, n°2, V.1, dez, 2006.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Aulas dos dias 27/04 e 04/05


 Nas aulas do dia 27/04 e 04/05 iniciamos a discussão sobre as Políticas Curriculares para a Educação Básica e a Educação Integral. Analisamos as resoluções N.4 e N.7 do Conselho Nacional de Educação e livros do Projeto Mais Educação ( MEC ).
 Quando pensamos currículo nos reportamos aos: saberes/espaços/tempos/sujeitos; então para “fazer” currículo é preciso ter intencionalidade, considerar as várias dimensões e os diversos agentes que o compõem com papéis e interesses próprios. Esta é uma ação política e toda política educativa se refere a questões curriculares.
 O currículo se materializa por meio de ações articuladas através do planejamento, avaliação, gestão e ensino.
A política educacional para a educação básica tem a gestão democrática num regime de colaboração entre os sistemas municipais, estaduais e federais como eixo norteador. Além da formação para a cidadania; base curricular nacional comum; vencer o analfabetismo; considerar a diversidade cultural; assegurar a escolha de abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola .
 Surge um novo conceito: redes de ensino/redes de aprendizagem. Além do foco principal da qualidade ser o de educar e cuidar. E o “cuidar” passa a ser mais uma função atribuída à escola.
 Ao trabalhar com o material do Programa Mais Educação entendemos que ele tem ação indutora por parte do Estado através da intersetorialidade e governança para a implementação da educação integral e conta com ações de diversos ministérios, desta forma a educação não é mais responsabilidade exclusiva da escola, ganhando um âmbito ainda mais social.
 Conhecendo a pesquisa realizada com trinta e sete escolas de redes municipais no Brasil, pude aproximar os exemplos citados como o que desenvolvemos na escola. É preciso lembrar que o que foi apontado como “boas práticas” tem que ser considerado o contexto e o momento em que são vivenciadas estas experiências. O que todas as redes analisadas demonstram é que são orientadas por um propósito comum –a  aprendizagem – num trabalho dinâmico de troca e fluxo de informações gerando um compromisso de toda comunidade. O aluno passa a ser visto como “aluno da rede” e não só de determinado professo ou escola. O professor é parte da equipe da escola e da rede, gerando um clima de engajamento e responsabilidade.
 É assim que buscamos trabalhar na escola em que atuo. Os alunos que participam do período integral são alunos de “todos”. Todos enquanto escola, temos que ter ações que contribuam para oportunizar o desenvolvimento integral destes.
 Na pesquisa citada anteriormente são apresentadas quatro atitudes em comum das escolas participantes: atenção, capricho, abertura e solidariedade.
 Comparo estas atitudes com as que buscamos desenvolver na escola, porém substituindo os itens em ordem de apresentação por: compromisso, persistência, ousadia e engajamento.
 Nos dez pontos principais destacados na pesquisa, é possível citar o currículo como princípio fundamental para assegurar o direito à aprendizagem através de: espaços de planejamento contínuo, definição de metas coletivas, experiências, metodologia, democratização da gestão, formação continuada, combate a repetência e avaliação.
 Vejo que esta forma de se “fazer” currículo não é uma tarefa fácil, mas imprescindível de ser iniciada e colocada em prática o mais rápido possível.
 Então vamos nos instrumentalizar parar melhor atuar.

sábado, 5 de maio de 2012

Sejam todos bem-vindos!


(...) Pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá, não sei...
(Hermínio Belo de Carvalho e Paulinho da Viola)