Este blog tem como objetivo registrar atividades e reflexões da disciplina Currículo e organização do trabalho pedagógico na Educação Integral. Este será um período de desafios, investigações e incertezas em busca da compreensão do currículo em educação Integral.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
POLÍTICA CURRICULAR/AGENTES CURRICULARES
Abordando currículo como construção social e política
cultural, nos colocamos em reflexão sobre algumas questões:
- Quem define o currículo?
Seria ingênuo pensar que o currículo nasça simplesmente da
escola (professores,alunos).É claro que devemos ser necessariamente sujeitos da
produção,elaboração, seleção e execução do currículo.Somos agentes
importantíssimos, porém é preciso levar em conta a força que o Estado e os
grandes organismos internacionais tem em sua formulação.
-Qual é a
intencionalidade?
Entendendo o currículo como um instrumento político de poder,podemos
afirmar que ele não é neutro.A conotação de neutralidade que nos foi passada é
falsa.Fomos formados nesta ideia de neutralidade.
Para Ball (2006, p.26)”...políticas colocam problemas para seus
sujeitos,problemas que precisam ser resolvidos no contexto(...),respostas que
precisam,na verdade,ser criativas.(...)As políticas normalmente não nos dizem o
que fazer,elas criam circunstâncias...Tudo isso envolve algum tipo de ação
social...”
-O que ele faz
conosco?
O currículo constrói sociedades, portanto somos resultado
dele.Isto é muito sério e nos faz questionar enquanto agentes sobre o que
estamos fazendo para manter ou modificar o que está posto.
Muitas reformas curriculares vêm sendo realizadas ao longo
do tempo e é preciso concordar com Aplle, como comentado pelo professor Juares em sala, quando sugere que “na modernidade se faz
muitas reformas de currículo, todas elas para ficar como está.”
-Mas o que fazer?
Para responder esta questão usarei um comentário realizado
pelo professor Juares, na aula de 11/05: "Olhar o passado,discutir o presente e
definir o futuro.”
Referência:
BALL, Stephen J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico social em educação. In: Currículo sem Fronteiras, n°2, V.1, dez, 2006.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Aulas dos dias 27/04 e 04/05
Nas aulas do dia 27/04 e 04/05 iniciamos a
discussão sobre as Políticas Curriculares para a Educação Básica e a Educação
Integral. Analisamos as resoluções N.4 e N.7 do Conselho Nacional de Educação e
livros do Projeto Mais Educação ( MEC ).
Quando pensamos currículo nos reportamos aos:
saberes/espaços/tempos/sujeitos; então para “fazer” currículo é preciso ter
intencionalidade, considerar as várias dimensões e os diversos agentes que o
compõem com papéis e interesses próprios. Esta é uma ação política e toda
política educativa se refere a questões curriculares.
O currículo se materializa por meio de ações
articuladas através do planejamento, avaliação, gestão e ensino.
A política
educacional para a educação básica tem a gestão democrática num regime de
colaboração entre os sistemas municipais, estaduais e federais como eixo
norteador. Além da formação para a cidadania; base curricular nacional comum;
vencer o analfabetismo; considerar a diversidade cultural; assegurar a escolha
de abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar,
interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola .
Surge um novo conceito: redes de ensino/redes
de aprendizagem. Além do foco principal da qualidade ser o de educar e cuidar.
E o “cuidar” passa a ser mais uma função atribuída à escola.
Ao trabalhar com o material do Programa Mais
Educação entendemos que ele tem ação indutora por parte do Estado através da
intersetorialidade e governança para a implementação da educação integral e
conta com ações de diversos ministérios, desta forma a educação não é mais
responsabilidade exclusiva da escola, ganhando um âmbito ainda mais social.
Conhecendo a pesquisa realizada com trinta e
sete escolas de redes municipais no Brasil, pude aproximar os exemplos citados
como o que desenvolvemos na escola. É preciso lembrar que o que foi apontado
como “boas práticas” tem que ser considerado o contexto e o momento em que são
vivenciadas estas experiências. O que todas as redes analisadas demonstram é
que são orientadas por um propósito comum –a aprendizagem – num trabalho dinâmico de troca
e fluxo de informações gerando um compromisso de toda comunidade. O aluno passa
a ser visto como “aluno da rede” e não só de determinado professo ou escola. O
professor é parte da equipe da escola e da rede, gerando um clima de
engajamento e responsabilidade.
É assim que buscamos trabalhar na escola em
que atuo. Os alunos que participam do período integral são alunos de “todos”.
Todos enquanto escola, temos que ter ações que contribuam para oportunizar o
desenvolvimento integral destes.
Na pesquisa citada anteriormente são
apresentadas quatro atitudes em comum das escolas participantes: atenção,
capricho, abertura e solidariedade.
Comparo estas atitudes com as que buscamos
desenvolver na escola, porém substituindo os itens em ordem de apresentação
por: compromisso, persistência, ousadia e engajamento.
Nos dez pontos principais destacados na
pesquisa, é possível citar o currículo como princípio fundamental para
assegurar o direito à aprendizagem através de: espaços de planejamento
contínuo, definição de metas coletivas, experiências, metodologia,
democratização da gestão, formação continuada, combate a repetência e
avaliação.
Vejo que esta forma de se “fazer” currículo
não é uma tarefa fácil, mas imprescindível de ser iniciada e colocada em
prática o mais rápido possível.
Então vamos nos instrumentalizar parar melhor
atuar.
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